A Associação Portuguesa de Horticultura- APH é uma associação sem fins lucrativos que visa apoiar e fomentar o progresso da Horticultura e contribuir para o aperfeiçoamento científico e técnico dos seus membros, estimulando a cooperação entre eles.
Através da Declaração n.º 161/99 (D. R. n.º 139, II Série, de 17 de Junho), a APH foi declarada Associação de Utilidade Pública, em reconhecimento dos seus objetivos e do trabalho desenvolvido.
No âmbito da APH, a Horticultura é entendida no sentido abrangente, incluindo a Fruticultura, Viticultura, Olivicultura, Horticultura Herbácea e Horticultura Ornamental, sendo cada uma destas áreas representada por um Vice-Presidente.
A Associação Portuguesa de Horticultura é uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivos fundamentais:
Para atingir estes objetivos a APH propõe-se:
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Esteva – uma planta multifacetada com poder anti-inflamatório
A esteva C. ladanifer L. é uma planta presente em grandes extensões por toda a Península Ibérica e norte de África. Os matos dominados por esta planta estão normalmente associados a terrenos degradados e abandonados, sendo que os fogos são a causa natural mais potenciadora do seu aparecimento.
Esta planta tem um aroma característico e as suas folhas e caules jovens estão cobertos por uma resina a que se dá o nome de Lábdano ou Labdanum. Tanto os óleos essenciais como o lábdano são atualmente extraídos e usados na indústria das fragrâncias.
No entanto, do conhecimento tradicional sabe-se que a água de decocção dos rebentos jovens era usada para tratar doenças gastrointestinais (como úlceras, diarreias e dor de dentes), doenças do sistemas circulatório (varizes e hemorroidas), condições da pele (como para amolecer calos, tratar feridas superficiais e mesmo para tratar eczemas, manchas e queimaduras), o nervosismo e ansiedade (como sedante e indutor do sono), como analgésico, e também para controlar as subidas de açúcar no sangue.
Para além do seu amplo uso medicinal e aromático, a esteva era “pau para toda a obra” desde o uso da sua madeira para as mais variadas aplicações (arquitetura rural, utensílios e instrumentos, lenha de alto poder calorífico), até ao aproveitamento das suas sementes como alimento.
Hoje em dia, já se sabe bastante da constituição química principal dos óleos essenciais, da resina e de outros compostos retidos nas águas de decocção. Também mais recentemente têm vindo a ser desenvolvidos trabalhos de investigação para confirmar algumas das suas aplicações medicinais, destacando-se a elevada atividade anti-inflamatória, e também para incorporar em alimentos para animais (ruminantes).
Dada a sua abundância e resiliência a condições muitos desfavoráveis e o seu elevado valor como matéria-prima para muitos sectores, podemos estar a assistir à revitalização de um recurso muito sustentável.
David Franco Frazão
PhD Agrichains – Cadeias de Produção Agrícola – UTAD
Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior
Membro da Comissão Organizadora CNPAM22