1ª Conferência ‘A Cidade e as Árvores’ decorreu em Lisboa

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A primeira edição da conferência ‘A Cidade e as Árvores’ realizou-se a 27 e 28 de abril no Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL), com organização a cargo da APAP, ASPEA, Campo Aberto, SPECO, Quercus e Verde – que desde 2021 colaboram numa rede informal, o Fórum dos Amigos das Árvores.  

A conferência contou com um painel diversificado de especialistas nacionais, entre os quais os Prof. Dr. Jorge Paiva, Paula Simões, Conceição Colaço, e a Pró-Reitora da U. Lisboa, Prof. Ana Luísa Soares, e ainda com o Dr. Pedro Calaza, Presidente da Associação Espanhola de Parques e Jardins Públicos, responsável pelo desenvolvimento da Norma de Granada que integra componentes sócio/culturais na valoração de árvores. Contou também com uma plateia de 90 técnicos e decisores do setor da gestão e manutenção do património arbóreo, e cerca de 100 participantes na transmissão zoom, na sua maioria também técnicos do setor, de municípios de norte a sul do país e dos arquipélagos da Madeira e Açores. 

O primeiro dia do evento foi dedicado à apresentação e debate sobre os benefícios e serviços ecológicos prestados pelo arvoredo urbano, a nível ambiental, social e individual, incluindo para a saúde das populações. Contou com o arquiteto paisagista Bruno Marques, presidente da IFLA, Federação Internacional de Arquitetos Paisagistas, que proferiu a sua apresentação via zoom a partir da Austrália. Aproveitou-se também para debater estratégias de aproximação da população às árvores e partilhar projectos em curso, entre eles o projeto URBEM de Lisboa, o Futuro – 100 mil árvores na Área Metropolitana do Porto e Plantar uma Árvore. 

No segundo dia da conferência, as palestras e debates centraram-se na recente lei 59/2021 de 18 de agosto que regulamenta a gestão do arvoredo urbano. Questões como as Boas Práticas, o processo de certificação de técnicos arboristas, os instrumentos de gestão previstos – regulamento municipal de gestão do arvoredo em meio urbano e inventário municipal do património arbóreo -, a fiscalização e as fragilidades da lei, tiveram aqui palco de discussão alargada. Houve ainda oportunidade para conhecer a experiência na gestão do arvoredo urbano, de dois municípios, Lisboa pela voz da Engª. Ana Júlia Francisco, e Lousada, pelo Dr. João Gonçalo Soutinho.

Ficou evidente a necessidade de um palco de partilha e debate entre académicos, atores e decisores do setor sobre os desafios que a manutenção do património arbóreo impõe, não só pela complexidade de gerir o arvoredo num meio que lhe e agreste, mas também pelos desafios na articulação com a gestão dos usos múltiplos que a vida na cidade exige. A conferência findou com a expectativa de novas reedições pensadas para alargar o debate sobre a Cidade e as Árvores a outros municípios num futuro próximo.

 

Por: Joana Costa Vilhena de Bessa Campos, Investigadora CIIMAR e Membro da Campo Aberto