Lisboa, 10 de abril de 2022 – A 6ª edição das 24H Agricultura Syngenta reuniu cerca de 100 estudantes, e 11 instituições de ensino de Ciências Agrárias do país, nos dias 1 e 2 de abril, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (ESA-IPB), para a maior competição formativa alguma vez realizada em Portugal nesta área e, este ano, sob o tema Agricultura Regenerativa.
O primeiro prémio da competição foi conquistado pelos estudantes Cristiano Moisés, Diogo Angélico, Miguel Sobral, Carlos Lopes e Santiago Fernandez, alunos da ESA-IPB, a escola anfitriã.
A equipa composta pelos estudantes Leonor Jacob, Silvana Chaves, Francisco Duarte e José Neves,
alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), foi a 2º classificada.
E a equipa composta pelos estudantes Gonçalo Costa, José Oliveira, Artur Morais, Joana Simões e António Ferreira, alunos da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (ESA-IPV), obteve o 3º lugar na competição.
As 24H Agricultura Syngenta são um evento da Associação Portuguesa de Horticultura (APH), em parceria com a IAAS Portugal – Associação Internacional de Estudantes de Agricultura e Ciências Relacionadas e a empresa SFORI.
Participaram na 6ª edição das 24H Agricultura Syngenta estudantes das Escolas superiores Agrárias dos Institutos Politécnicos de Bragança, Viseu e Coimbra, da UTAD, do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, da Universidade do Algarve, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e de quatro escolas profissionais agrícolas: Baixo Mondego, Vagos, Fermil (Engº Silva Nunes) e Carvalhais.
Classificação Geral do 24 Horas Agricultura Syngenta 2023 – Veja AQUI
“A Associação Portuguesa de Horticultura orgulha-se de contribuir para a formação de várias centenas de estudantes, desde a primeira edição das 24H Agricultura em 2016, e de proporcionar aos futuros profissionais das Ciências Agrárias a aproximação à realidade empresarial, através da promoção do intercâmbio de experiências e disseminação das boas práticas e avanços técnico-científicos”, afirma Ana Cristina Ramos, presidente da Associação Portuguesa de Horticultura.
Durante 24 horas consecutivas, os estudantes realizaram 33 provas, de campo e teóricas, trabalhando competências comportamentais (gestão de tempo, trabalho em equipa, negociação, criatividade, entre outras) e competências técnicas de gestão agrícola.
Os 5 pilares da Agricultura Regenerativa
As provas técnicas foram organizadas em torno dos cinco pilares da Agricultura Regenerativa: Cobertura vegetal permanente do solo; Diversificação, consociação e rotação de culturas; Aplicação precisa de fatores de produção; Distúrbio mínimo do solo e Integração de animais no sistema agrícola.
O tema da competição foi introduzido com a apresentação, do Prof. Doutor Carlos Aguiar, de um caso prático de Agricultura Regenerativa em Trás-os-Montes e Alto Douro – o projeto LIFE MARONESA – que tem como principal objetivo melhorar a resiliência climática das explorações pecuárias extensivas da Raça Maronesa e promover o aumento da retenção de carbono na matéria orgânica do solo.
A organização e os patrocinadores da competição prepararam diversas provas para os estudantes relacionadas com os seus produtos e serviços e enquadradas nos pilares da Agricultura Regenerativa.
A Syngenta apresentou a armadilha eletrónica TRAP VIEW® para monitorização automática e em tempo real da traça-dos-cachos Lobesia botrana, através de reconhecimento e contagem automática dos insetos. Esta ferramenta permite receber informação diária no telemóvel sobre a pressão da praga, ajudando os viticultores na tomada de decisão sobre o momento oportuno para iniciar os tratamentos.
Uma das provas mais emblemáticas da competição prende-se com a condução de tratores John Deere e a calibração de equipamentos da marca Pulverizadores Rocha, usando o equipamento Caliset da Syngenta. O objetivo desta prova tripartida é ensinar os estudantes a calibrar equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos, com recurso a fórmulas que têm por base a velocidade de avanço do trator e o débito de calda por bico de pulverização de forma eficiente, económica e segura para o ambiente.
Os estudantes aprenderam a identificar componentes de tratores e de motores em modelos didáticos e também num trator John Deere série 6M, numa prova proposta pelo fabricante e seu representante local – a empresa Afonso & Irmãos Lda. Em linha com um dos pilares da agricultura regenerativa – distúrbio mínimo do solo -, a John Deere desafiou os estudantes com uma prova sobre o trator de rastos 8RX.
Também no pilar da ‘Aplicação precisa de fatores de produção’, os estudantes identificaram anomalias simuladas em equipamentos da Pulverizadores Rocha, no âmbito da Inspeção Obrigatória de Pulverizadores, e aprenderam a regular/calibrar um distribuidor de adubo pendular.
E porque o uso eficiente da água na agricultura é incontornável face às alterações climáticas, a Magos Irrigation Systems ensinou os estudantes a instalar um sistema de rega com fita gota-a-gota e a calcular a duração da rega para determinada dotação de água em couves, plantadas pelos estudantes.
A prova da Hubel Engenharia e Sustentabilidade recordou aos alunos que, para uma boa gestão da rega das culturas agrícolas, é essencial um conhecimento preciso dos solos da parcela, bem como a monitorização em tempo real do nível de humidade do solo a diversas profundidades.
O uso de biofertilizantes que contenham microrganismos é cada vez mais recorrente na agricultura e representa uma tentativa de se conseguir, mesmo num sistema intensivo, um solo mais vivo e resiliente, que por sua vez permite que as culturas se desenvolvam melhor, mais saudáveis e atingindo maiores produtividades. A Hubel Verde convidou os estudantes a descobrir diversos biofertilizantes à base de um ou vários tipos de microrganismos benéficos – micorrizas (MycoUp), tricodermas (Notaris), Pseudomonas (Natiphos), Methylobacterium (Utrisha N), Azospirillum e Azotobacter (VitaSoil) – elencando as suas vantagens para as plantas.
Preservar o solo foi também o que propôs a Cotesi com a sua prova sobre as novas telas de solo ‘Kraft Mulch’ em papel, 100% biodegradáveis, para controlo de infestantes em culturas hortícolas. Os estudantes observaram a tela, sobre a qual foram plantadas couves, e responderam a perguntas sobre as suas características e vantagens. Estas telas contêm na sua composição fibras de madeira 100% frescas e quando termina o seu ciclo de vida transformam‑se em fonte de nutrientes para o solo, numa abordagem de economia circular.
A Lipor, empresa responsável pela gestão de resíduos do Grande Porto, convidou os estudantes a identificar os substratos e corretivos orgânicos da sua gama Nutrimais, que derivam da valorização de resíduos vegetais produzidos nos municípios seus associados. Os alunos foram desafiados a escolher o produto – substrato ou corretivo – mais adequado ao desenvolvimento de vários materiais de propagação vegetativa e a aplicar a respetiva técnica de propagação vegetativa dos materiais identificados.
A prova prática da ANIPLA – Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas foi ao encontro de dois dos cinco pilares da Agricultura Regenerativa: Cobertura vegetal permanente do solo e Distúrbio mínimo do solo. Através da demonstração com duas amostras de solo – nu e com cobertura vegetal – sobre as quais foi vertida água, a ANIPLA exemplificou as diferenças ao nível do escorrimento superficial do solo e alertou para a importância das boas práticas de proteção e conservação do solo, por meio de culturas de cobertura, com espécies semeadas ou espontâneas, ou com matéria/resíduos orgânicos. A Agricultura regenerativa é um exemplo de como a mobilização mínima tem demonstrado resultados, promovendo a manutenção de matéria orgânica em culturas não permanentes. A ANIPLA também desafiou os estudantes para uma prova sobre a Smart Farm Virtual a quinta modelo desta associação que pode ser visitada de forma virtual em https://anipla.com/sfv/.
Destaque ainda para as provas da Associação Portuguesa de Horticultura, um artigo para a Revista da APH e um pitch de gestão de crise, ambos sobre o tema Agricultura Regenerativa; do Município de Bragança, que levou os estudantes a conhecer o território e a riqueza natural deste concelho; da IAAS, um peddy paper noturno no campus da Escola Superior Agrária de Bragança; e para provas preparadas por vários docentes da ESA-IPB: cálculo de serviço animal como redutor de biomassa combustível presente nas regiões de montanha; medidas biométricas e avaliação corporal de ovinos e caprinos de raças autóctones de Trás-os-Montes; identificação de estruturas anatómicas de ruminantes, suínos e aves; técnicas de amostragem de “insetos com pancada”; insetos na ordem; cálculo da adubação da cultura do tomate em modo de produção biológico e montagem de uma colmeia. A Sfori apresentou uma prova no âmbito do concurso Horse Business Ideas, uma iniciativa do Horse Economic Forum que pretende reunir as ideias de negócio mais inovadoras para desenvolver o setor equestre em Portugal.
A última prova da 6ª edição das 24H Agricultura Syngenta consistiu na sementeira de uma margem multifuncional Operation Pollinator no recinto da ESA-IPB. Operation Pollinator é um programa internacional da Syngenta para atrair e fixar insetos polinizadores e auxiliares nos campos agrícolas e desde que foi criado, há mais de 15 anos, já beneficiou milhões de hectares de campos agrícolas a nível mundial. Este ato simbólico representa o compromisso das gerações futuras de agricultores e técnicos agrícolas para com o estímulo e a proteção da biodiversidade na agricultura. Em simultâneo, constitui-se como um ato de cidadania, pois contribui para o bem comum preservando e incrementando recursos fundamentais para a nossa sobrevivência.
Para mais informações sobre as 24H Agricultura Syngenta consulte: https://24hagricultura.com/