A campanha de kiwi na Europa aproxima-se da reta final com um balanço positivo, os preços mantiveram-se em alta e a procura da fruta disparou devido à pandemia do Covid-19. Portugal reforçou as vendas ao exterior, beneficiando da quebra de produção em Itália e do forte surto do coronavírus nesse país.
«Beneficiámos do facto de a região mais afetada pela pandemia em Itália ser uma zona muito forte de kiwi, começámos a vender para França, um mercado onde não conseguíamos entrar com facilidade», explica José Carlos Soares,presidenteda Kiwicoop, cooperativa da Bairrada, que esta campanha recebeu 6.000 toneladas de kiwi.
Apesar de alguns constrangimentos durante as primeiras semanas da pandemia, sobretudo a menor disponibilidade de transportes e o aumento do custo dos fretes para o Centro da Europa, a cooperativa conseguiu dar resposta às encomendas com um esforço redobrado dos funcionários e a implementação de um apertado plano de contingência. O balanço da campanha é positivo: «os preços do kiwi estiveram altos durante toda a campanha, devido à menor produção na Europa», acrescenta o presidente.
Na região de Guimarães, a Kiwigreesun, um dos maiores operadores privados no setor do kiwi em Portugal, com 7800 toneladas rececionadas esta campanha, diz não ter tido qualquer problema com o transporte da fruta no mercado ibérico. Reconhece, porém, que a produtividade dos funcionários baixou, numa fase inicial da pandemia, devido às novas normas de higiene e de distanciamento social adotadas nos pomares e na central. «Inicialmente as pessoas queriam ir para casa, estavam assustadas. Para as motivar pagámos um prémio de 20% sobre o salário nos meses de março e abril», revela Vítor Araújo, proprietário da empresa.