Antes da pandemia, por cada 100 euros de bens alimentares menos 1 euro era comprado online, mas o confinamento mudou os hábitos de muitos portugueses que trocaram as longas filas dos supermercados pela cómoda compra online. A tendência veio para ficar? Pedro Pimentel, Diretor-Geral da Centromarca, considera que a qualidade do serviço na escolha e na entrega dos produtos frescos será decisiva para fidelizar os consumidores.
A compra de produtos alimentares online é uma tendência que veio para ficar?
Antes da crise do Covid-19 a compra online de produtos alimentares era pouco expressiva em Portugal, em cada 100 euros menos de 1 euro era comprado online. Nas duas primeiras semanas do confinamento as compras online dispararam e as cadeias de supermercados não tiveram capacidade de resposta imediata, as entregas chegaram a demorar duas semanas. Hoje está praticamente tudo regularizado. Resta saber se depois da crise os consumidores continuarão a comprar online. Aqueles que o fizeram pela primeira fez e tiveram uma experiência positiva seguramente vão repetir a compra, sobretudo de produtos indistintos. Quanto aos frescos, nomeadamente os hortofrutícolas, a questão é mais complexa, pois implicam uma escolha personalizada. Tudo vai depender da qualidade do serviço na escolha e na entrega dos produtos. O mix de produtos que compramos (mercearia, carne, peixe, frutas, legumes, congelados) é algo complexo em termos de entregas.
Mas para que comércio online dispare basta que ¼ das pessoas que experimentaram passem a comprar online com alguma frequência. Outra questão muito relevante é que quando compro numa loja sou tentado a levar mais produtos, enquanto na compra online sou mais programático. Esse é um desafio grande para os retalhistas.